Aguinaldo Silva repete insucesso com "O Sétimo Guardião"
O renomado e talentoso autor de romances e telenovelas, Aguinaldo Silva, sempre se gabou de NUNCA ter escrito textos para os horários das seis ou das sete da noite na TV Globo, tendo sua carreira na televisão TODA voltada para o horário mais nobre da TV. Uau! Muito bem! História de deixar qualquer um com o ego inflado, e talvez tenha sido esse o maior erro desse escritor.
Alguns anos atrás, o próprio autor disse numa entrevista que já "ouvira dizer" dentro da Rede Globo que era ele, sem dúvida, o melhor autor de telenovelas da emissora, visto que suas obras sempre batiam recordes de audiência. Que ele tenha ouvido isso, não duvido; além do mais, que sulista não gosta de rir do sotaque caricato que os nordestinos "esbanjam" nas novelas do autor de Senhora do Destino?
Mas, em 1987, com O Outro, e em 1999 com Suave Veneno, o sucesso não foi estrondoso, não; para ser mais exato, essas novelas beiraram ao fracasso. Acontece que, naquela época, a emissora do falecido Dr. Roberto Marinho não reagia rápido ao insucesso de certas tele lágrimas. O Outro deu audiência por hábito do povo brasileiro que ligava a televisão da Vênus Platinada muitas vezes sem se importar com o que estava no ar; e assim deu-se com Suave Veneno, trama tão confusa quanto aquela de 1987 em que Francisco Cuoco protagonizara. Mas, como Aguinaldo dizia: "É novela de Aguinaldo Silva e todos vão ver".
Acredito que, a partir de O Sétimo Guardião (espero mesmo!) o venerado autor de Império vá ficar na geladeira por um bom tempo. Talvez assim aprenda a tratar telespectador com respeito e aprenda também a segurar o álter ego, afinal, sucesso e fracasso fazem parte da vida de todos nós.
Tentei acompanhar O Sétimo Guardião, não pelo autor da obra, mas porque, depois de 39 anos, Elizabeth Savalla e Tony Ramos voltavam ao ar na mesma trama, mas infelizmente com personagens caricatos que nunca devem ter se cruzado. Talvez nem nos corredores dos Estúdios Globo.
Imagem: EntrePOP